domingo, 12 de abril de 2015

Tenentismo

Tenentismo


Os anos rebeldes do tenentismo

O movimento que agitou a cena política brasileira na década de 1920, defendendo transformações profundas no país, desembocou num programa político autoritário e elitista.

O tenentismo foi um movimento social de caráter político-militar que ocorreu no Brasil nas décadas de 1920 e 1930, período conhecido como República das Oligarquias. Contou, principalmente, com a participação de jovens tenentes do exército.
No ano de 1922, em especial, foi cenário de uma sucessão de acontecimentos que mudaram de forma significativa o panorama político e cultural do país. A crise do pacto oligárquico era evidente diante da demanda por maior participação política dos setores urbanos, da insatisfação dos militares e do descontentamento crescente de diversos grupos dominantes. Foi o ano de uma disputada sucessão presidencial, que explicitou divergências sérias entre as oligarquias. Foi também o ano da criação do Partido Comunista do Brasil, e do início do movimento tenentista, além da Semana de Arte Moderna e das comemorações do centenário da Independência.

O que defendiam 
 Este movimento contestava a ação política e social dos governos representantes das oligarquias cafeeiras (coronelismo). Embora tivessem uma posição conservadora e autoritária, os tenentes defendiam reformas políticas e sociais. Queriam a moralidade política no país e combatiam a corrupção. 
O movimento tenentista defendia as seguintes mudanças: 
 - Fim do voto de cabresto (sistema de votação baseado em violência e fraudes que só beneficiava os coronéis);
 - Reforma no sistema educacional público do país;
 - Mudança no sistema de voto aberto para secreto.

Revoltas 
 Os tenentistas chegaram a promover revoltas como, por exemplo, a revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Nesta revolta, ocorrida em 5 de julho de 1922, foi durante combatido pelas forças oficiais. Outros exemplos de revoltas tenentistas foram a Revolta Paulista (1924) e a Comuna de Manaus (1924). A Coluna Prestes, liderada por Luis Carlos Prestes, enfrentou poucas vezes as forças oficiais. Os participantes da coluna percorreram milhares de quilômetros pelo interior do Brasil, objetivando conscientizar a população contra as injustiças sociais promovidas pelo governo republicano.

Enfraquecimento do tenentismo 
 O movimento tenentista perdeu força após a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Vargas conseguiu produzir uma divisão no movimento, sendo que importantes nomes do tenentismo passaram a atuar como interventores federais. Outros continuaram no movimento, fazendo parte, principalmente, da Coluna Prestes.

Esse movimento organizado por oficiais de baixa patente, oriundos das camadas médias urbanas (sobretudo da classe média), protestava contra as arbitrariedades e abuso das oligarquias. Tinham por objetivo "substituir" (e não organizar) o povo na reivindicação de seus direitos, pois se consideravam os mais aptos a governar o país (com critérios técnicos e racionais). Entre as principais manifestações do movimento destacamos: Revolta do Forte de Copacabana (1922), Levante de 1924 (SP) e Coluna Prestes (que percorreu o interior do país até 1927, incitando a população a lutar contra o governo). 

Tenentismo - curiosidades


  • Com a Revolução de 1930, a maioria dos governos de estados brasileiros foram atribuídos aos tenentes, os quais eram nomeados interventores.
  • Quase todos os comandantes militares do golpe militar de 1964 foram ex-integrantes do movimento tenentista, tal qual Cordeiro de Farias, Ernesto Geisel, Eduardo Gomes, Castelo Branco, Juraci Magalhães, Juarez Távora e Médici.
  • O Tenentismo viveu enquanto viveram os seus integrantes, ou seja, até a década e 1970.
Beatriz Vieira, Camila Carvalho, Karina Knorre, Matheus Veronez, Ryan Mazali - 9o. B

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