sábado, 28 de março de 2015

Canudos




O que foi a Guerra de Canudos?



A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. No entanto, antes de sabermos maiores detalhes sobre a formação do Povoado de Canudos e o início das batalhas, devemos contemplar algumas passagens da vida de seu principal líder: Antônio Conselheiro.


O cenário era a Bahia do século XIX, quem governava o Brasil era Prudente de Morais. O Nordeste brasileiro serviu de palco para que ocorresse uma das mais significativas revoltas sociais da primeira República.


A rebelião conhecida como Guerra de Canudos deu-se em virtude da situação precária em que vivia a população, sem terra e obrigada a se submeter aos arroubos dos coronéis. As terras pertenciam aos grandes proprietários rurais – os conhecidos coronéis – que as transformaram em territórios improdutivos. Essa situação revoltou os sertanejos, que se uniram em torno de Antônio Conselheiro, o qual pregava ser um emissário de Deus vindo para abolir as desigualdades sociais e as perversidades da República, como a exigência de se pagar impostos, por exemplo.


Os moradores do arraial acreditavam ser ele um divino mestre, que já praticara até milagres. Antônio Conselheiro fundou o vilarejo denominado Canudos e os sertanejos e suas famílias para lá passaram a migrar. Vários fatores contribuíram para o desenvolvimento de Canudos. O clima seco castigava severamente a região, danificando o plantio de alimentos, secando os diques e matando os animais que não resistiam à falta de água. Os sertanejos também tentavam sobreviver, mas a cada ano milhares morriam de fome e sede. A maneira tão desumana de viver estimulava o surgimento de desordens e agitações sociais, transformando os camponeses em malfeitores que andavam em bandos pelos sertões do Nordeste, fortemente armados, apavorando as populações locais e invadindo as propriedades dos coronéis.


Antônio Conselheiro, entre outros devotos, propagava a salvação da alma e o povo tinha fé que seu messias os ajudaria a sair daquela situação precária. A igreja começou a perder seus fiéis para um falso religioso, na concepção do governo, e assim ele passou a ser malquisto pela Igreja. No ano de 1896, o arraial contava com mais ou menos 20 mil sertanejos que repartiam tudo entre si, negociando o excesso com as cidades vizinhas, adquirindo assim os bens e produtos que não eram gerados no local.


Os habitantes de Canudos precisavam se resguardar e decidiram então organizar milícias armadas, pois era de se esperar uma reação contrária da parte dos coronéis e da Igreja Católica. Enquanto a igreja perdia seus fiéis, os coronéis sentiam-se prejudicados com o constante deslocamento de mão-de-obra para Canudos, que prosperava a olhos vistos. A população abandonou a sociedade republicana convencional, que até então só a alimentara de falsas promessas, e partiu para na direção da nova sociedade que despontava. Mesmo sem nenhuma garantia, pois não havia falsas promessas, o que era mais honesto. Os padres e coronéis coagiram o governador da Bahia a tomar providências urgentes, eles queriam que o governo desse fim a Canudos. Os jornalistas e intelectuais também eram contra os moradores do arraial, pois entendiam que os mesmos desejavam a volta da monarquia, algo totalmente fora de propósito.
A Destruição de Canudos


Foram instituídas três empreitadas militares, que foram vencidas pelos seguidores de Antônio Conselheiro. Em virtude de tamanha dificuldade, o Governo Federal assumiu o comando. A quarta expedição foi organizada pelo então ministro da Guerra, Carlos Bittencourt, o qual recrutou cerca de 10 mil homens que, comandados pelo general Artur Costa, apoderaram-se de Canudos e promoveram um terrível massacre, no qual muita gente inocente morreu, principalmente idosos e crianças, que só buscavam uma melhor qualidade de vida. A Comunidade de Canudos foi arrasada no dia 05 de outubro de 1897, entrando para a história como o palco do mais intenso massacre já presenciado na história.


www.infoescola.com/guerradecanudos


Gabrielle Goncalves Nogueira   9 ano A  Número- 13


Se fosse possível conversar com quem esteve no local, naquela época....



Euclides da Cunha (1866-1909) - Nasceu em Cantagalo (RJ), mas se mudou logo para o Rio.

Republicano convicto, foi expulso em 1886 da Escola Militar da Praia Vermelha ao protestar contra a presença do ministro da Guerra.

Proclamada a República em 1889, retorna à academia. Mas, em 1896, abandona definitivamente a carreira militar para a trabalhar como engenheiro e jornalista.

Como correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo", cobriu a guerra de Canudos em 1897. Suas anotações foram a matéria-prima de "Os Sertões" (1902).


Em 1903 ingressou na Academia Brasileira de Letras.

Em 1904, como membro do Instituto Histórico e Geográfico, chefia uma missão de reconhecimento do Alto Purus, na Amazônia.

Morre em 1909, baleado pelo amante de sua mulher, a quem desafiara.


http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/histcanudos13.htm



Entrevista com Euclides Rodrigues da Cunha



-Quando e onde o senhor nasceu?


-Nasci no dia 20 de Janeiro de 1889 em Cantagalo, Rio de Janeiro.


-Quem são seus pais?


-Sou órfão desde dos 3 anos, mas meu pai se chamava Manuel Rodrigues da


Cunha Pimenta e minha mãe se chamava Eudóxia Alves Moreira da Cunha.


-Durante sua vida, o que você já trabalhou?


-Já fui engenheiro, militar, físico, naturalista, jornalista, geólogo,


geógrafo, botânico, zoólogo, hidrógrafo, historiador, sociólogo,


professor, filósofo, poeta, romancista, ensaísta e escritor


brasileiro.



-O Senhor presenciou a Guerra de Canudos? O que fez durante esse


acontecimento?


-Sim, eu estava presente. Escrevi dois artigos intitulados "A nossa


Vendeia" que me valeram um convite do Estado de São Paulo para


presenciar o final do conflito como correspondente de Guerra.



-E qual foi o motivo?


-Eu considerava, como muitos republicanos, que o movimento de Antônio


Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia e era apoiado


por monarquistas residentes no país enorme exterior.



Entrevista com um morador de Canudos


-Qual é o seu nome? E mora em Canudos a quanto tempo ?


-Meu nome é José Bezerra, sou morador de canudos a mais de 50 anos.


-Então o Senhor presenciou a Guerra de Canudos, e como foi tudo isso?


-Sim eu presenciei, eu fui um dos Sertanejos que se uniu a Antônio


Conselheiro. Foi bem difícil várias anos se passando e todos nós sem


terras e passando fome, mas no ano de 1896 mais de 20mil sertanejos


repartimos tudo que tínhamos e negociamos com as outras cidades


vizinhas adquirindo os bens e produtos que não eram gerados no local.


Mulheres e crianças à época do  massacre em Canudos.


www.wikipedia.com              www.infoescola.com

Camilla Machado Lealdino  Número- 7    9 ano A

Enquanto isso no mundo


1896: Olimpíadas de Atenas, Grécia


A Grécia, terra das primeiras Olimpíadas, que ocorriam na cidade de Olímpia desde o século 8° a.C., recebeu também os primeiros Jogos da Era moderna, em 1896. Depois de 1.500 anos sem a realização dos eventos de Olímpia, o renascimento dos Jogos começou a se tornar realidade em junho de 1894, na Universidade de Sorbonne, na França.


A cidade de Atenas teve depois de que foi decidida a volta das Olimpíadas, apenas dois anos de preparação para realizar os Jogos. Graças as doações do milionário George Averoff (foto abaixo) e outros recursos captados com vendas de materiais comemorativas, conseguiu-se toda a infra-estrutura pronta a tempo da realização das Olimpíadas

Em 1896, a Grécia ainda utilizava o calendário juliano, com doze dias a mais em relação ao calendário convencional que era utilizado na maioria dos países da Europa e nas Américas. Com a confusão de calendários diferentes entre os países, a equipe dos Estados Unidos não chegou a tempo de participar da cerimônia de abertura.


No dia 6 de abril de 1896 (pelo calendário juliano), o rei grego Jorge I, para um público de 70 mil espectadores, anunciou a seguinte frase: “declaro abertos os Primeiros Jogos Internacionais de Atenas, que celebram as primeiras Olimpíadas da Era Moderna”. Salvas de canhões, bandas de músicas e a Orquestra Sinfônica de Atenas abrilhantaram a cerimônia de abertura dos Jogos com a execução do hino olímpico que era tocado pela primeira vez. Após o hino, a bandeira da Grécia foi hasteada e vários pombos foram soltos.

E assim se iniciou a história das Olimpiadas que existe até nos dias atuais.


http://www.travinha.com.br/eventos-desportivos/137-jogos-olimpicos-de-verao/172-1896-olimpiadas-de-atenas-greciahttps://www.youtube.com/watch?v=0XQG3NUF7KU



Alguns logotipos-







globoesporte.globo.com


Lara Rodrigues Ramos Pretendente 9 ano A   Número-16


Variedades- Bahia 1896



A Bahia no centro do mundo


Em pouco mais de um século, o cacau foi a Bahia, venceu e passou. Mas não será esquecido jamais. A história do cultivo de cacau na antiga capitania de São Jorge dos Ilhéus começou em meados do século XIX, atingiu seu grande momento entre o início e o meio do XX, para mergulhar em sucessivas crises nas últimas décadas do século passado, o que provocou uma total mudança nos cenários, da opulência à decadência.


No começo, chamava atenção a riqueza natural das grandes áreas cercadas por Mata Atlântica. No seu interior foram construídas as roças e fazendas de cacau. Em Terras do Sem Fim (1942) e Tocaia Grande (1985), encontramos a descrição do processo de ocupação, a luta pela terra, a disputa entre vizinhos. Tanto o coronel Boaventura Andrade quanto o “capitão” (administrador) Natário Fonseca mandavam e se faziam obedecer, tinham suas regras sempre acima das leis e assim eram reconhecidos, às vezes admirados. Os trabalhadores, na maioria originários dos sertões da Bahia e de Sergipe, ficavam assustados com tudo o que viam: da exuberância da natureza à violência da conquista. Afinal, até 1913 a Bahia foi o maior produtor e exportador de cacau de todo o mundo, e qualquer pedaço de terra era cobiçado, pois dele se poderiam colher os chamados frutos de ouro, como eram conhecidas as amêndoas da planta.


As roupas de antigamente da Bahia, eram originais, nenhuma outra região tinha um estilo igual o das mulheres baianas. Elas usavam panos amarrados na cabeça, vestidos rodados e longos, hoje em dia ainda existe pessoas que continuam se vestindo dessa maneira.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/leituras/a-bahia-no-centro-do-mundo





https://bahia320102myblog.wordpress.com



Cotidiano em SSA séc. XIX

http://raffaelbarbosa.blogspot.com.br/2010/02/anotacoes-sobre-estratificacao-social.html


Charge - da época.



Antonio Conselheiro contrário à República. E a exploração dos sertanejos?




De volta ao presente


O movimento de Canudos foi um movimento para busca de melhores condições para os sertanejos. Atualmente, temos movimentos com o mesmo intuito, como movimento sem terra.


Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento político-social brasileiro que busca a reforma agrária. Teve origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuição das terras improdutivas. É um grupo de fazendeiros que dividem seus lotes de terras com os mais pobres, e também dividem parte de seu lucro


mensal.http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_dos_Trabalhadores_Rurais_Sem_Terra


Victtor Fernando Garcia Pires - n° 23 - 9° ano A

Veja : Guerra de Canudos - Segredos do Sertão Jornal da Record.mp4


https://www.youtube.com/watch?v=uQdrihhoZtc












Movimentos sociais

Este blog tem como objetivo apresentar trabalhos de História dos alunos dos 9°s anos do Colégio São Vicente de Paulo, Penha, São Paulo, turmas do ano de 2015.

 O tema proposto aos grupos de alunos foi: "Movimentos sociais durante a República Velha".
O desafio: trabalhar em grupo, pesquisar, criar, interpretar textos, imagens, charges e organizar o tema pesquisado em um formato jornalístico, ampliando o olhar com o contexto da época do movimento estudado.
Com certeza, nossos alunos deram mais um passo em sua aprendizagem e apresentam-se dispostos a entenderem a História e sua  influência em nossa vida, destacando rupturas e permanências.

Bem -vindos !!!